quarta-feira, 28 de junho de 2017

Tarde Te amei!

"A minha consciência, Senhor, não duvida, antes tem certeza de que Te amo. Feriste-me o coração com a Tua palavra e te amei. O céu, a terra e tudo o que neles existe, dizem-me por toda a parte que Te ame. Mas que amo eu, quando Te amo? Não amo uma formosura corporal, nem uma glória passageira.

E, contudo, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento, um abraço, quando amo meu Deus, luz, voz, perfume, alimento e abraço do homem interior, onde brilha para a minha alma uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não arrebata, onde se exala um perfume que o vento não esparge, onde se saboreia uma comida que a sofreguidão não diminui, onde se sente um contato que a saciedade não desfaz.

Eis o que amo, quando amo meu Deus, Mas, o que significa isso? Disse a todos os seres que me rodeiam às portas da cerne: falai-me de meu Deus, se sois vós, dizei-me ao menos alguma coisa d'Ele. E elas exclamaram com alarido: "Foi Ele quem nos criou. Não somos nós o teu Deus. Busca-O acima de nós!" Dirigi-me, então, a mim mesmo; a ti, minh'alma, que certamente és superior ao teu corpo, porque o vivificas. Mas também para ti, a vida da tua vida é o teu Deus.

Que amo então quando amo o meu Deus? Quem é tu que estás acima de minh'alma? E onde habitas, ó Senhor? Pois me lembro de Ti desde o dia que Te conheci, e lá Te encontro toda vez que me lembro de Ti.

Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Te amei! Eis que habitavas dentro de mim, e eu lá fora a procurar-Te. Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criaste. Estavas comigo, e eu não estava contigo! Chamaste-me com uma voz tão forte que rompeste a minha surdez. Brilhastes, cintilaste e logo afugentaste a minha cegueira. Exalaste perfume: respirei-o suspirando por Ti, Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de Ti. Tu me tocaste e ardi de desejo da Tua paz".

 Agostinho de Hipona (Confissões de Agostinho)

sábado, 17 de junho de 2017

A direção da Pureza

Quando eu estava no ensino médio participei de um retiro de final de semana da igreja em que discutimos o tema de pureza sexual. Durante uma sessão o nosso pastor pediu a todos os estudantes que preenchessem anonimamente fichas que permitiriam que ele soubesse "quão longe" os adolescentes tinham ido fisicamente. Ele definiu uma escala para usarmos, determinando números para cada nível de intimidade física baseado na sua seriedade. As atividades iam de beijos leves no número um até relação sexual no número dez. O nosso pastor pediu que anotássemos número mais alto que havíamos alcançado.
Depois de colocar a minha ficha em uma cesta, saí em fila da sala de aula com dois amigos. Nunca me esquecerei da conversar que se seguiu. Um dos meus amigos olhou para o outro e disse piscando os olhos: "E ai cara, até que número você alcançou?"
Rindo, o meu outro amigo disse que havia alcançado um oito, quase um nove. Então esses caras continuaram nomeando as garotas no grupo de adolescentes com quem eles tinham atingido determinados números. 
Meus dois amigos exemplificam como a nossa compreensão da pureza está obscurecida nos dias de hoje. Nós valorizamos a pureza muito pouco e a desejamos muito tarde. Mesmo quando tentamos declarar a sua importância, tornamos as nossas palavras sem valor por causa das nossas ações contraditórias.
Desejamos a pureza nos nossos relacionamentos? Nós dizemos que sim. Mas será que vivemos o tipo de vida que estimula esta pureza? Infelizmente, não com a frequência necessária. "Faz-me casto" orou Agostinho, "mas ainda não." Semelhante a ele, nós temos uma consciência que nos acusa, mas uma vida sem mudanças. Se fôssemos honestos conosco, muitos de nós admitiríamos que não estamos realmente interessados em nada relacionado com a pureza. Ao invés disso, ficamos satisfeitos ao cumprir os requisitos mínimos, contentes em gastar o nosso tempo em "áreas cinzas", flertando com a escuridão e nunca tendo coragem de nos aproximarmos da luz da retidão.
Como inúmeros cristãos, meus dois amigos insensatamente viam a pureza e a impureza separadas por um ponto fixo. Enquanto não cruzassem a linha e fossem "até o fim," eles acreditavam que ainda estavam puros. A verdadeira pureza, no entanto, é uma direção, uma busca persistente e determinada pela retidão. Esta direção começa no coração e a expressamos em um estilo de vida que foge das oportunidades de comprometer os nossos valores.

Joshua Harris - Eu disse adeus ao namoro

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Pureza

"Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua Palavra" 
(Salmos 119:9). 

Observando o quanto temos sido atacados a viver uma vida longe dos padrões bíblicos, resolvi escrever sobre pureza. Hoje em dia tem sido uma tarefa custosa manter-se puro diante de tanta iniquidade. Para onde olhamos, tv, rádio, internet, propagandas, sempre haverá algo promovendo a impureza. E pior, em alguns momentos de uma maneira bem sutil, tentando mostrar tudo "natural". Quando na verdade está indo contrário aos ensinamentos bíblicos. Os dias são maus, a sujeira se espalha: corrupção, infidelidade, fornicação, imoralidade, injustiças... Diante disso tudo fica a pergunta para reflexão: Estamos vivendo em pureza? Deus nos chama para uma vida de santidade. "Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade" (1 Tessalonicenses 4:7). A Palavra de Deus continua dizendo: "Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor." (2 Timóteo 2:22).
A Bíblia, é a nossa regra de fé e prática, é por ela que nos guiamos. O livro de Salmos trás alguns ensinamentos práticos de como manter pura nossa conduta. Vou compartilhar apenas um com vocês que está descrito no Capítulo 119:9. Como podemos nos manter puros? Eis a resposta - "Vivendo de acordo com a Tua Palavra". Para viver segundo as escrituras é necessário ler, estudar, meditar nela continuamente, ter zelo pelos ensinamentos contidos ali. Jesus quando passou 40 dias no deserto e foi tentado, venceu o inimigo pela Palavra. Como resultado, o inimigo se foi. Só existe uma maneira de buscar viver em pureza e santidade, se formos guiados pela Palavra de Deus. Amar as Escrituras mais do que tudo, colocando nossas vontades conforme o querer de Deus, caminhando em sintonia com Ele. Se caminharmos conforme a Palavra de Deus, segui-Lo e guardar os seus ensinamentos em nossos corações, nos manteremos puros nesse mundo de imoralidade. Os dias são maus! Que possamos manter a pureza de coração, pois "Felizes são os puros de coração, pois verão a Deus" (Mateus 5:8).

"Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza" (1 Timóteo 4:12).

"Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terra de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é a idolatria" (Colossenses 3:5).

Nas postagens seguintes continuarei falando sobre esse tema "pureza", mas me basearei no livro "Eu disse adeus ao namoro", que ao contrário do que muitos pensam esse não é um livro que fala para não namorar, mas para ter um namoro conforme os padrões bíblicos, é uma excelente leitura. SUPER INDICO!
Até a próxima!

terça-feira, 6 de junho de 2017

Sal e Luz

"Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus." 
(Mateus 5: 13-16)

Nesses versículos acima Jesus convida seus seguidores para meditar acerca daquilo que somos e do que praticamos. Assim como o sal e a luz tem sua natureza, seu propósito, é preciso que cada cristão cumpra sua função - salgar e iluminar. Precisamos viver como nosso coração crê. É bem verdade que esse é o desafio do ser humano desde a fundação do mundo, por isso, as escrituras está sempre nos convidando para caminhar conforme seus ensinamentos. Nossa fala, deve andar em linha reta com a prática. É possível conhecer os princípios bíblicos, ouvir pregações, louvar, mas nada modificar no dia a dia. Isso porque muitas vezes deixamos a nossa natureza humana sobressair. Porém, se desejamos ser de fato sal e luz, é preciso andar na contramão do mundo, agregar o que acredita com a vivência. Um cristão nunca será capaz de ser sal e luz se estiver envolvido com as coisas do mundo, logo, "livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé" (Hebreus 12:1-2). A Bíblia é clara! O sal sem o sabor para nada serve e a luz oculta é imprestável. Somos chamados para fazer a diferença onde estivermos, em casa, na escola, na rua, no trabalho, na faculdade, na igreja... Que o Senhor nos ajude a caminhar harmonizando o que cremos com o que vivemos.